… Também chega lá! Não pode ser tudo mau para os pequenitos da vida.
É verdade que o Perks esteve ausente durante duas semanas, sem aviso prévio, mas rendemo-nos ao bom tempo e aos feriados que inundaram os últimos dias de primavera. Mas nada temam, estamos de volta por mais umas semanas.
O episódio de hoje reflete a experiência da minha vida, onde o avião foi (quase) uma segunda casa. Passei a maior parte da minha infância a viajar de um país para o outro, e cresci a adaptar-me aos mil e um desafios que uma tacanha, como eu, tem de lidar ao estar em constante viagem entre continentes.
Mas, como seria de esperar, nem tudo são rosas – juntem seres minúsculos e malas o resultado é, simplesmente, hilariante. Quando viajamos sozinhos, colocar a bagagem nas bagageiras em cima das nossas cabeças torna-se num exercício digno de ser filmado. Nestas situações é ver-nos a saltar nos bancos, a gesticular a ajuda de um estrangeiro que está longe de nos entender, é desafiarmos a morte ao
assumirmo-nos como ginastas a balançar a mala de um lado e a nossa vida do outro.
Invariavelmente, acabamos envergonhados a ser ajudados por um senhor com 1,90m que andou metade do avião só por ter pena de nós. Mas, nem tudo é mau no nosso fantástico mundo.
Para os seres minúsculos, os aviões tornam-se rapidamente em espaços cheios de oportunidades. Um avião representa, à partida, um local desconfortável passa a ser um óptimo local para pôr o sono em dia, pois ao termos uma estatura condensada basta encolhermos as pernas, encaixar a almofada no ombro e ceder à movimentação zen do voo.
Outra vantagem para os indivíduos diminutos é que nunca ocupamos espaço, seja mochila nos pés, pernas para o corredor ou joelhos ao pescoço,
tornamo-nos extremamente portáteis nestas ocasiões, o que nos dá a ambição de sermos capazes de nos adaptarmos a qualquer situação e momento, onde podemos desfrutar deste momento aéreo de forma confortável e prático, sem chatear o vizinho do lado.
Se querem a pessoa certa para viajar convosco, escolham uma pessoa com menos de 1,50m – garanto-vos que não vão ficar desiludidos; não reclamam, cabem em todo o lado e, ainda por cima, não dão chatices. Querem melhor que isto?
Patricia Fernandes
Revisão: Mitchel Molinos