Desde o início do Perks que assumi o papel de defensora dos ideais dos piglets da vida real e a denúncia de coisas ridículas que nos acontecem, constantemente, em qualquer lado.
Este texto não será excepção. Em episódios anteriores abordei temáticas tão distintas como o facto das estantes dos supermercados parecerem uma escalada ou como os transportes públicos relembrarem uma selva. Mas os problemas das short people não se ficam por aí; pois até as pequenas coisas do dia-a-dia parecem um desafio à la Jogos Sem Fronteiras.
Para mim, pessoa incapacitada com propensões de anã, uma das situações mais complicadas é o acto de estar sentada a uma mesa de forma confortável; seja durante a refeição, em aulas de três horas ou outras tantas durante o trabalho, não há sítio mais aborrecido do que estar sentada numa cadeira.
Não há nenhuma cadeira de adulto que me faça sentir “normal”, pois o resultado é invariavelmente ficar com os pés no ar, tal criança ao colo, e numa posição estranha por não ter a “segurança” do chão. Não é gracioso estar sentada e sentir que as minhas pernas são um pêndulo em constante movimento, onde acabo por dar demasiados pontapés desnecessários às pessoas (ditas) normais desta vida.
A única solução que me ocorre é andar com cadeiras de crianças atrás; garanto-vos que não há nada que me deixe mais feliz e realizada do que descobrir uma cadeira onde consiga pôr os meus dois pés no chão, isso ou começar a pedir banquinhos, parece-me mais viável.
Revisão: Mitchel Molinos